terça-feira, 8 de novembro de 2011

Felicidade, me deixe em paz?

No caminho que segui, encontrei uma paz muito falsa. Sempre tive medo, porém aguentei durante todo esse tempo. Pensei que eu era desprovida de alternativas para ser feliz. Viver é algo muito perigoso. Sair de casa, na maioria das vezes, me deixa muito mal. Não preciso e nem sou obrigada a passar pelo que estou sentindo.
Difícil dizer, me deixo levar pelo que me deixa infeliz. Doses de alegrias momentâneas. Percebo logo em meus momentos de embriaguez.
É assustador perceber que eu necessito de uma mudança no meu pensamento. Viver e amar, o objetivo dessas palavras é o entrelaçamento uma da outra, para que a verdadeira felicidade apareça.
Preciso de algo que seja diferente da sujeira desse mundo. Um sentimento que justifique o meu bem-estar.
O tempo me separa de meus objetivos. Nesse intervalo, vivo de maneira estranha. Suporto a vida como se eu estivesse contente com o mundo. Essa miragem nunca me enganou. Sem conseguir evitar, embaço meus olhos constantemente. Relembro momentos que jamais combinaram com a minha essência.
A evolução precisa acontecer, então devo acreditar em mim mesma. Estarei aberta para novos tipos de pensamentos, novas pessoas, e... Preciso encontrar meios para que eu possa deixar fluir meus sentimentos.
Cheguei à conclusão de que não sei sentir. Aprender. Uso demais essa palavra e ela ainda não me ensinou que sair de casa pode ser algo legal. Sei que não preciso das futilidades que me rodeiam. Devo lutar contra tudo que me maltrata. A guerra é minha, é difícil lutar contra tudo que parece normal. Preciso encontrar a paz.
Quero pessoas sinceras que almejam estar sempre no caminho do bem, sei que estou totalmente despreparada pra isso. Uma dose de mal, uma dose de bem, alterno de um para outro em questão de segundos, isso ninguém me ensinou e as conseqüências sempre me ferem.

sábado, 29 de outubro de 2011

Sem saber porquê.


Um furacão provocado pelo mal me conduziu até me levar a uma areia movediça. Finalmente saí de lá, não foi fácil. Estou em dúvidas se o chão que piso hoje está firme e não irá desabar a qualquer momento.
Porém, esse lugar que me assombrava tanto, atraiu pessoas das quais, posso confiar.
Os corações foram impulsionados a me tirar logo dali, quase todos, mesmo sem entender o motivo, me ajudaram. Bastou apenas uma corda para que o milagre se estabelecesse. Eles arregaçaram as mangas de suas camisas, recordo que tinham pressa para me tirarem de lá.
Naquela imensidão, em minha mente estava tudo escuro. Confesso que depois de ver a beleza nos olhares das pessoas, o lugar foi quase que instantaneamente, clareando aos poucos.
Quem me fez o mal, de qualquer forma, me ajudou também.

A partir do momento em que as pessoas tomaram plena consciência da situação pela qual me encontrava, logo pediram para que eu segurasse algo. Lutei contra eles, finalmente me redimi e segurei com firmeza. À medida que meu corpo saia do lamaçal, percebi que esses anjos se revezavam, enquanto alguns amigos assistiam ao acontecimento. Outras poucas pessoas estavam ali sempre prontas para me ajudar. Hoje me sinto forte e protegida por pessoas especiais.
É por esse motivo que minha realidade mudou. Dessa vez não aprendi sozinha. Sei que ainda estou com o pé na lama.
As pessoas puxaram a corda. Elas não sabem qual era a verdadeira proporção do perigo que me rondava. A realidade parecia um fantasma assustador que me embriagava quase sempre. Agora estou sóbria e devo agradecer por ter aprendido tanto e claro, por ter anjos ao meu lado.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Longe da praia

As pessoas no decorrer da semana, do mês e dos anos me fazem pensar em muitas coisas. O meu conflito não vem de fora, os sentimentos que não me pertencem estão aqui comigo. O que ainda não virou rotina também é de extrema importância para não deixar nada passar em vão.
Ainda enxergo a praia, ela é meu pesadelo, me diz sempre que preciso voltar. Eu poderia estar com mais pessoas conhecidas, mas prefiro ir sozinha. A praia eu ainda enxergo. Entendo que ela está chateada comigo e que se um dia eu voltar arrependida, a praia irá fazer questão de mandar o sol me castigar. Aqui aqueles raios queimam minha pele. Lá será o calor para completar meu sofrimento.
O mundo sempre me leva ao mar. É fácil entrar nele a partir do momento em que se tem coragem e vontade de conhecê-lo. Quando a praia fica pra trás a vontade de voltar permanece ausente. A onda é muito mais divertida.
Sinto uma vontade incontrolável de mergulhar e ir mais fundo, mas tenho muito medo do que vou encontrar debaixo d'água. A curiosidade me mata e a praia está ali, me observando, torcendo pelo mar, para que ele me castigue logo. Não consigo ir mais longe, muito menos mergulhar. Estou parada aqui pensando em desistir de uma vez. Sei que isso não vai acontecer enquanto eu não me movimentar mais profundo. Preciso ir com alguém, qualquer pessoa que eu não conheço, mas que eu possa confiar. Não encontro mais razão para sair desse mar agitado. Ainda não há motivos para ir mais longe. Parece que eu não sei nadar, sou sem ação, estou procurando estratégias, porém estou parada.
Não confio nessas ondas, não tenho certeza se esse é mesmo o lugar que desejo ficar. Continuo aqui, sem saber a resposta, buscando entender se vale à pena ficar aqui e esperar, ou ir em frente. É, parece que eu preciso aprender a nadar.

sábado, 12 de março de 2011

A dor de ver alguém sorrir

Um cara avistou uma moça na rua. Eles se entreolharam e nada aconteceu. O rapaz se encantou por essa tal garota que viu passar.
Então ele descobriu que ela trabalhava perto da faculdade onde estudava. Para a felicidade do garoto, a mocinha estava almoçando no mesmo lugar que ele costumava ir, era a primeira vez que frequentavam o local no mesmo horário.
Ele era um rapaz tímido, porém naquele dia conseguiu superar este obstáculo e pediu licença para se sentar na mesma mesa que ela. As outras mesas estavam todas ocupadas.
Para sua surpresa, a conversa fluiu como se já se conhecessem há anos. A partir daquele dia, começaram a se ver com mais frequência.
Os dias do pobre garoto começaram a ficar incompletos se caso ele não se encontrasse com a moça que… Espere, ele já estava apaixonado por ela! Ele sorria quando sem querer pensava naquela garota que parecia tão ingênua e ao mesmo tempo, inteligente.
Os dias foram se passando. Cada vez menos ele encontrava meios para conversar com a garota. Mesmo assim ela continuava sendo a dona das melhores conversas - e de seu coração também.
Quando ele estava longe dela, tentava não pensar no pior. Era muito difícil controlar sua mente. Começou a acreditar que ela já não gostava mais dele nem como um simples amigo.
Houve um dia em que ele finalmente se encontrou com ela. Tudo aquilo que o garoto imaginava ficou só no pensamento, para sua felicidade. Pensou em se declarar, não achou o momento certo.
Quando se despediram, ele foi para sua casa e teve a brilhante idéia de presentear o amor de sua vida. Foi então que se lembrou do dia em que estavam andando pelas ruas da cidade:
A garota comentou com ele que havia um livro do qual ela nunca tinha lido e que gostaria de comprá-lo. Era um exemplar de Clarice Lispector que lhe chamava a atenção. O cara ficou ainda mais admirado por ver que, assim como ele, ela se interessava pela leitura.
No dia seguinte, antes de ir para a faculdade, o garoto visitou a loja. Comprou o livro e escolheu o embrulho mais bonito. Estava ansioso e a cada passo seu coração batia mais forte. Ao sair da livraria surgiu à dúvida, se era certo se declarar e falar tudo para ela de seus sentimentos.
Foi então que ele resolveu esconder o presente na mochila do seu notebook.
Finalmente chegou à esquina, ficou esperando uns dez minutos até se encontrar com ela. Quando garoto iria pronunciar algo, e imediatamente tirar o presente de sua mochila, ela disse radiante que seu ex tinha ligado, pedindo desculpas e prometeu-a que tudo iria mudar. Ele olhou para os lados para disfarçar sua melancolia e depois ele disse que estava feliz por vê-la sorrir.
Despediram-se. Agora ele não precisava mais disfarçar a chuva de lágrimas que cavalgavam em seu rosto. Pensou melhor, ele não poderia chegar dessa maneira na faculdade. Resolveu sentar em um banquinho num parque não muito longe, para tentar se recuperar. Pegou o livro, chorou mais um pouco. Desconhecidos passavam, muitos deles querendo rir, alguns ficavam espantados ao ver aquela triste cena.
Quando conseguiu segurar suas lágrimas, convenceu-se de que já havia começado sua aula. Antes de partir, resolveu deixar o livro para trás, no banco.

Saiu, ele nem percebeu, mas tinha acabado de fazer uma boa ação.

Meia hora depois uma menina se desprendeu de sua mãe. Subitamente ela ficou preocupada com a filha, pensando no pior, tentando trazê-la de volta a realidade. Disse que estavam atrasadas para fazer qualquer coisa. A garotinha voltou para sua mãe sorridente: “Olha Mamãe, olha o que eu achei!”
A mulher achou isso estranho, pensou logo em devolver para o dono, mas não tinha nenhum nome escrito…

A dedicatória que ele escreveu para sua amada ele rasgou do livro antes de deixá-lo. Levou consigo os pedaços de papel. A dor que ele sentira tinha um nome um tanto platônico, não gostaria e nem achou certo dividir com desconhecidos o nome do seu amor.

A mulher resolveu esperar um pouco para ver se avistava alguém a procura do livro. Duas horas depois e ninguém apareceu. E então a menininha levou sorridente consigo o livro. Ela ainda não sabia ler e ficou ansiosa. Queria logo aprender a ler para saber o que estava escrito no livro. Anos mais tarde quando ela já conseguia dominar a leitura, ela pegou o livro, dessa vez ela podia ler e entender tudo o que estava escrito. Adorou, não parou mais de ler, comprou livros e visitava bibliotecas. Mais tarde se tornou escritora.

É injusto amar e não ser correspondido? Talvez não dessa vez…

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A armadilha

Se você estiver em um copo, aproveite para se jogar em um rio. Cuidado para não pular em uma falsa lagoa qualquer. Pois nestes lugares estarão águas paradas, talvez sem nenhuma entrada para o rio. Pense bem, depois da decisão, é difícil voltar atrás. Não digo impossível.
O máximo que conseguirá em uma falsa lagoa será talvez até aprender a nadar. Depois virá a sua acomodação. Logo se sentirá feliz depois dessa "conquista".

Sanguessugas, piranhas, vários tipos de animais, estarão tentando roubar tudo o que você conquistou, se é que se pode conseguir conquistar objetivos importantes em uma lagoa. Se não tiver nada a oferecer, não há problema. O seu sangue e sua alma é o suficiente para que esses predadores possam se alimentar de ti. Você nem vai notar, porque não adquiriu a resistência necessária para chegar ao mar. Esta sensação de viver na lagoa com segurança é ilusória, é viver em perigo sem se dar conta do mal te observando de longe, querendo te tirar a vida de qualquer maneira. Então pode ser tarde. A incapacidade de discernir erros, de perceber o que é bom e o que é mal serão frutos de sua escolha chamada “lagoa”. Continuará a dizer que têm sonhos, objetivos. Mas isso não será mais verdade. Você irá praticar todos os dias a certeza dos sonhos impossíveis. Isso te matará aos poucos.

Saia logo desse tipo de lagoa! Essa água não irá satisfazer sua vontade humana, ela é traiçoeira. Não te ensinará muita coisa.
Desejo que seu objetivo seja encontrar o alto mar que possui perigos mortais e almáticos.

A água do copo tem que ser direcionada para o rio. Se você seguir vivo, será maravilhoso se desviar dos predadores mortais que encontrará no estranho caminho desconhecido do rio. Tente alcançar o mar, que é mais perigoso ainda. Tente chegar até o alto mar. A vida é perigosa de todas as maneiras.

A diferença é que quanto mais perigos enfrentados, mais interessante ela fica e se aprende muito mais.

Menos tempo para reclamar da vida, mais tempo para contemplar a beleza do alto mar, até onde você quiser ou conseguir chegar. Creio que no alto mar dá ate para enxergar o céu!