terça-feira, 24 de maio de 2011

Longe da praia

As pessoas no decorrer da semana, do mês e dos anos me fazem pensar em muitas coisas. O meu conflito não vem de fora, os sentimentos que não me pertencem estão aqui comigo. O que ainda não virou rotina também é de extrema importância para não deixar nada passar em vão.
Ainda enxergo a praia, ela é meu pesadelo, me diz sempre que preciso voltar. Eu poderia estar com mais pessoas conhecidas, mas prefiro ir sozinha. A praia eu ainda enxergo. Entendo que ela está chateada comigo e que se um dia eu voltar arrependida, a praia irá fazer questão de mandar o sol me castigar. Aqui aqueles raios queimam minha pele. Lá será o calor para completar meu sofrimento.
O mundo sempre me leva ao mar. É fácil entrar nele a partir do momento em que se tem coragem e vontade de conhecê-lo. Quando a praia fica pra trás a vontade de voltar permanece ausente. A onda é muito mais divertida.
Sinto uma vontade incontrolável de mergulhar e ir mais fundo, mas tenho muito medo do que vou encontrar debaixo d'água. A curiosidade me mata e a praia está ali, me observando, torcendo pelo mar, para que ele me castigue logo. Não consigo ir mais longe, muito menos mergulhar. Estou parada aqui pensando em desistir de uma vez. Sei que isso não vai acontecer enquanto eu não me movimentar mais profundo. Preciso ir com alguém, qualquer pessoa que eu não conheço, mas que eu possa confiar. Não encontro mais razão para sair desse mar agitado. Ainda não há motivos para ir mais longe. Parece que eu não sei nadar, sou sem ação, estou procurando estratégias, porém estou parada.
Não confio nessas ondas, não tenho certeza se esse é mesmo o lugar que desejo ficar. Continuo aqui, sem saber a resposta, buscando entender se vale à pena ficar aqui e esperar, ou ir em frente. É, parece que eu preciso aprender a nadar.