terça-feira, 24 de abril de 2012

A causadora de problemas


Creio que várias pessoas já sofreram por mim. E eu sinto muito realmente, porque tudo o que aconteceu, juro que não foi minha culpa.
Dei atenção a certas pessoas mais do que seria necessário. Contudo, o que me intriga, é o modo em como as pessoas confiam e se entregam pra mim.
O mais estranho de tudo, é que não me lembro da última vez em que falei de amor e usei meus sentimentos para conquistá-las. Desconfio que isso jamais ousou acontecer. Mostro minhas idéias, mas nunca meus sentimentos. Talvez você encontre minhas emoções em massa, em meus rabiscos, isso é algo que não posso negar.
Atraio pessoas como nuvens em dias de chuva. Por favor, estou sendo o mais verdadeira possível. Não vá pensar que usei arrogância aqui, pois, acredite, seria melhor se nada disso estivesse acontecendo.
Não suporto mais essas situações desconfortáveis em que percebo, em variadas vezes, que sou a causadora de tantos problemas. Eles poderiam ser evitados se eu não existisse.
É certo que estou fantasiando a realidade um pouco nestas linhas. Para te mostrar com pouca precisão como me sinto hoje, ontem, e da mesma forma, há um ano.
Veja o que aconteceu comigo. Foi um acontecimento muito atrapalhado. Acho que serei caçada depois disso, mas tudo bem, vamos prosseguir.
O que eu faço para chamar atenção, não é verdade? As palavras. Acho que são elas vão me matar. Essas malditas que as usei, me sentindo bem aqui...

Recebi uma ligação naquele dia. Era Miguel. Era um convite.
Havia um barzinho, com muitas pessoas legais. Pelo menos sim, aos olhos de todos os presentes daquele recinto. Creio que eu era a única que me sentia um pouquinho, digamos, fora do lugar. Lá eu até conseguia me divertir, de uma forma menos intensa em relação à grande massa. E veja a explicação plausível para eu não ter soltado a seguinte frase: "EU NÃO QUERO MAIS FICAR AQUI, VAMOS EMBORA?" - Tinha bebidas.
Eu aceitei o convite. Eu sempre aceitava esses chamados. Pobre Miguel, era a primeira vez que iríamos sair juntos. Eu gostava dele - Apenas como amigo. Era a única forma para ele me ter por perto, sem sofrer. Ele não mandava em seu coração. E eis que aconteceu um desastre.
Ele estava muito feliz. Tanto, que achou que iria chover. Ele chegou perto de mim. Estava estranho, com roupas equipadas para chuva, acreditando que estava prestes a cair do céu uma tempestade, eu fiquei sem entender.
Bebemos um pouco. Difícil de acreditar, eu não estava com vontade de beber que nem um cavalo morto. Em todo o caso, a conversa fluiu naturalmente. E algo ficou mais sério. Sou muito inocente, eu ainda não havia entendido a gravidade da situação.
Entrou em cena outro cara que também era apaixonado por mim. Acho que ele me amava de uma forma até mais verdadeira e mais intensa do que esse menino que eu estava acompanhada.
O Miguel estava me enchendo à paciência a certa altura do tempo. Eu abri a minha maldita boca um pouco influenciada pela bebida. Disse, sem hesitar, que eu não queria nada com ele e nem com ninguém. Dentro do assunto, falei que lá estava outra pessoa que também gostava de mim. Ele começou a falar alto comigo, eu quase chorei. Fiquei muito triste. Não entendi porque estávamos discutindo daquela maneira. Ok, eu entendi. De qualquer jeito, eu não sabia como fugir dele naquele momento, de modo menos doloroso.
Foi então que Paulo percebeu que tinha algo de errado em nossa mesa. Ele veio até nós e me perguntou:
- Esse cara está te incomodando?
Eu disse não, mas era tarde demais.
Eles começaram discutir, e quando fui separá-los, desesperada, recebi um murro de brinde. Não sei de quem, mas eles pararam imediatamente com toda a euforia e vieram me socorrer. Fiquei completamente estressada. Nunca havia presenciado tal fato antes.
Fui embora sozinha, claro que todos estavam infelizes, inclusive eu. Havia uma chuva gelada em meus ombros quando sai do bar, vejam só! Eles insistiram para me levar embora. Eu não suportava olhar para cara de nenhum dos dois!
Andei pelas ruas a passos largos, cheguei em casa. Eu já estava sóbria, não estava arrependida de nada. Sei que os homens não são iguais, mas aqueles dois se parecem muito. Meu rosto ainda estava doendo naquela noite.
Continuo sem saber o motivo pelo qual sou tão vazia de sentimentos. Certas provas de amor, melhor nem me mostrar. Esse foi o motivo de minha tristeza naquele dia. Provas de ciúmes também matam meu carinho que me esforcei para ter. Acredite em mim. Se quiser me manter ao seu lado, mantenha distância. Meus sentimentos como vocês podem perceber, são letais.

terça-feira, 17 de abril de 2012

A prova escrita

Escritor é vidente
Vidente dele mesmo
Desconhece sua mente
No entanto, Advinha
Surge uma espécie estranha
De medo, paz e euforia
Tudo junto, de modo singular

Escritor às vezes prefere
A companhia de textos, livros e poesias
Em plena consciência
Se esconde em suas próprias fantasias
Não consegue viver sozinho

Em sua busca eterna
Tenta se encontrar com ele mesmo
O espírito de outras pessoas
Escritor é assim, meio estranho
Você nunca sabe o que ele pensa
Porque ele mesmo desconhece
De onde vem toda sua inspiração

Escritor quando se silencia
Pode saber , é o fim da normalidade
A qual nunca teve
Nesse mundo vazio
Algo está prestes a acontecer
E um romance ele escreverá
Pensando em voce
Finaliza a dedicatória

sábado, 14 de abril de 2012

O fundo do poço

Havia uma indecisão. Como de costume, uma ânsia em querer fazer tudo o que parecia que tinha fazer, por pressão do tempo. A menina não tinha paciência para esperar.
E então ela caiu lentamente. Começou a se familiarizar com um poço. Ele estava cada vez mais fundo.
Sua indecisão, de acordo com o que acontecia, aumentava até que ela pensou em paralizar seus movimentos. Claro que de nada adiantou.
Tentou fazer tudo errado e conseguiu.
Hoje ela busca por finais melhores, ou quer ser digna de acontecimentos mais favoráveis.
Não contava que teria de fazer outras pessoas felizes.
Agora o poço continua a fazer o seu papel muito bem, mal. Se contenta apenas em se fechar, para não haver mais luzes e nem ninguém para salvá-la. Ele está como eu o vi da ultima vez.  Não enxergo mais a menina de antes. Parece que o poço já se fechou, ela parece outra coisa.  A menina não afunda mais.
Ela afigura-se com alguém ao seu lado com o poder de decidir tudo. Uma espécie de grupo do mal que se envolveu com a menina e não quer mais libertá-la.
Isso aconteceu de forma instantânea. Não há como se lembrar muito bem quando foi que todo esse inferno astral começou.
O bem se transformou em mal e o mal, na verdade é o bem.
Muito o que acontece pode não haver a menor lógica. Como não sou de ferro, faço coisas que deveriam ser pensadas antes. Sinto a necessidade de errar, faço mais besteiras do que seriam aceitavéis. Aceitávéis a quem? Erros podem ser acertos, ou algo sem a menor importancia. Pode ser que seja um passo enorme para o sucesso.  
De qualquer forma, a cada dia que passa, me importo menos com o que é  ou não pela sociedade. Há pessoas que podem ser um grande erro em nossas vidas.  
Algumas ainda da pra levar com muita paciência e coragem.
O erro é uma consequência, é a visão de cada um, de formas variadas. A minha forma de errar só me fere quando revolto comigo mesma, quando sinto que minha consciência está jogada fora, lá no fundo do poço.
Nao sei se esse poço pode afundar mais. talvez uma corda puxe a menina novamente, sozinha é impossivel ser capaz. mas na companhia de muitas pessoas estas podem te empurrar, te manter, ou te deixar no fundo do poço.